terça-feira, fevereiro 28, 2006

Os dois e só ELE...

Aproximaram-se um do outro e nada disseram, o silêncio entre eles agora era importante. O tempo parou naquele instante, as pessoas que passeavam no jardim desapareceram e ficaram apenas eles os dois.
Ele abraçou-a pela primeira vez, pode sentir a sua respiração em tempo real, pode sentir o seu toque, ouvir a sua voz e perceber que ela estava ali depois de tudo.
Ela sentiu-o perto dele, mordeu a língua para saber se o que vivia era real ou não. Ficou a ver cada contorno da cara dele, pode verificar a sua altura e sentir pela primeira vez a força com que ele agarrava a sua mão. Ela disse que precisava de uma oportunidade e que ele tinha que acreditar nela, disse-lhe que estaria a seu lado sempre.
Ele olhou para ela e percebeu que a sua condição não a intimidava, e que ela tinha fugido por medo de não o corresponder á altura, mas que agora estava ali mais forte do que nunca. Ele teve medo por segundos de voltar a sofrer por ela, por sentir demais e ela percebendo isso agarrou-lhe nas mãos pretendendo dar-lhe confiança. Ela queria uma segunda oportunidade, para poder mostrar-lhe o quanto podia ser forte e o quanto ele representava para ela.
Ele percebeu que desta vez ia ser diferente, que desta vez ela estava ali e que não o ia abandonar, a verdade é que ela nunca o fizera.

De repente ele percebeu que se deixara sonhar acordado e que perdera alguns longos minutos de aula. Tê-la-ia perdido para sempre? Ou nunca a quisera ter de verdade por medo ? Teria sido ela a afasta-lo? ou quisera ser ele afasta-la? perdoar-lo- ia ela depois de tanto tempo?
Tentando perceber o que se passava no quadro voltou á aula e afugentou os pensamentos que lhe preenchiam a mente.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Será..

No outro dia andava á procura de um livro para ler na minha estante do quarto e estava lá um com o título engraçado:

" E dizer-te uma estupidez qualquer como por exemplo AMO-TE!!! "

Será que seria mesmo uma estupidez? será que não é o que sinto? será que não é o que sentes? será que não é o que estamos todos á espera de poder dizer e ouvir ?

domingo, fevereiro 26, 2006

Felicidade aparente..

Tenho na ideia que estou feliz
O tema morte, fuga, desgraça,
fugiram-me da cabeça
Resta agora o sol que me aquece depois
da tempestade.

Esta falsa felicidade que me enche o peito,
faz-me bem faz-me sentir vivo por momentos.
Aquele friosinho no estômago voltou,
e de cada vez que me tocas,
um arrepio na espinha me provocas
Mostra-me que ainda estou vivo
E que posso sentir
Tocas-me como que com medo,
tens as mãos frias,
sinto-as deslizar,
primeiro p'la cara,
depois p'lo peito, p'la barriga..
Tocas-me em pontos estratégicos
Como já me conheces tu..
Surpreendo-me mais uma vez,
como ainda te lembras de cada detalhe
Segredas-me ao ouvido palavras do momento
Ouço a tua respiração alterar-se enquanto falas,
sabes que tens o controlo,
e brincas comigo como se uma marioneta fosse..
Entrego-me a ti...
não resisto...
não faço por resistir...
porque sei que enquanto estiveres
aqui és minha e eu sou teu..
A felicidade pouco dura nestes tempos de mudança,
Ora somos tudo,ora nada.

Eu fui tudo e de novo não sou nada..
Tenho vivido no escuro todo este tempo
Porque os corpos que tenho,
não me tocam..
Farei da minha felicidade
momentos ...
como estes..como os outros..
E assim serei feliz
Nesta Falsa felicidade, nesta farsa!!

sábado, fevereiro 25, 2006

Uma questão de confiança..

Disse-te que poderias ficar o tempo que quisesses, pedi-te apenas que fosses sincero , e tu que foste?
Ao fim de tanto tempo és capaz de dizer o que represento ? Ou as verdades cansaram-te demasiado para conseguires falar agora ?

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Saudades..

Hoje queria que pudesses levar-me à cama como fazias dantes. Lembraste? costumavas contar uma história enquanto me fazias festinhas no cabelo até adormecer. Depois desejavas sonhos cor-de-rosa e despedias-te com aquele beijinho doce na testa .
Quando é que esses tempos se foram embora? quando é que esta vergonha me apareceu, esta vergonha que me impede de te pedir para te deitares a meu lado até adormecer ...
Mãe deita te a meu lado até os meus olhos se fecharem, abraça-me, sinto me tão sozinha hoje...
“Mãe parece que ouço vozes, serão os ladrões?” Lembro-me das razões que arranjava para saltar para a tua cama e do pai e ficar convosco até o pai a meio da noite me levar para a cama, porque eu resolvia esticar por completo os braços e as pernas.
Mãe tenho saudades de quando ficavas comigo até os maus sonhos passarem, serei a única?
Amanhã quando acordar, vou pé ante pé para a tua cama e deitar-me contigo e com o pai vou acordar-vos e encher-vos de beijinhos aos dois...

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Noite longa..

Já passava da uma da manhã, quando o telefone tocou. Estaria ele há espera que ele toca-se para só depois dormir? Eras ela que lhe ligava. Atendo, não atendo, penso. Não, não ia atender, ela não o iria ter sempre que quisesse, pensou ele. Mas ela insistiu mais duas vezes e ele resistiu para não atender, quando deixou de insistir ele percebeu que a noite ia ser longa, as dúvidas começaram de novo e aquela inquietação preencheu-lhe o corpo. A noite tantos dias como sua companheira e agora não mais que uma inimiga. Se calhar fiz mal em não ter atendido, pensou, se ela ligasse de novo talvez atendesse, já há tanto tempo que não ouvia a sua voz. Tinha saudades dela, da voz do toque, daquele sorriso de orelha a orelha dos olhos pretos como duas azeitonas, ele queria que aquilo acabasse depressa, queria fugir daquele passado, seguir com o presente, com quem o pudesse acompanhar por completo…mas era lhe tão difícil, ela significa tanto. E enquanto tentava acalmar a inquietação que sentia por dentro recordou-se de dias em que mesmo depois de horas juntos as saudades ainda prevaleciam, recordou-se dela, como poderia ela fazer tudo aquilo, prende-lo a si daquela maneira?
O seu pensamento é quebrado de repente porque ela resolve insistir, não se deu por vencida no primeiro “round”. Atendo, não atendo, pensou mais uma vez, a verdade é que não devia, mas eras ela, e ele ao mesmo tempo que queria atender e puder estar com ela, saber o que tinha feito, queria fugir para bem longe de dali e de tudo o que o prendesse a ela.
— Diz. – Disse ele por fim, para criar um gelo, não queria que pensasse que o tinha preso, ou que estaria feliz por saber que o que tinham não tinha morrido nela também.
— Se não querias falar, não precisavas de ter atendido.¾ disse ela tu numa forma ainda mais fria que a dele, sempre o venceu na imparcialidade, percebeu que se calhar não deveria ter atendido assim, ela parou um pouco e continuou .— Queria dizer-te que tenho saudades tuas, queria pedir-te o método, para fazeres o que tens feito até agora para te esqueceres de tudo o que passamos, como é que a magia que nós criamos pode desaparecer de ti, como pudeste passar tudo isto para trás das costas e seguir em frente, sem sequer olhares para trás..— calou-se como que recuperando de novo a força e retomou. — Que te interessa, o que penso o que sinto, sou eu não é?? E já passou algum tempo, tens razão que importância faz isto tudo, foi tempo perdido da minha parte este telefonema. Fica bem. Adeus. — E antes que sequer ele pudesse dizer alguma coisa desligou.
Ele queria ligar-lhe, dizer-lhe que estava errada, que ela continuava e continua a representar o mesmo, que tem saudades de passear na praia ...de se rir com ela…dela e de todos os pormenores que ela lhe mostrava. Sua estúpida porque me fazes sentir assim, que raiva isto tudo…queria puder arrancar-te de mim, ou então puder ter-te comigo mais tempo, sempre, pensou.
Agarrou no telefone, marcou o número dela , mas parou, será melhor para os dois, pensou.
Sentiu-se um cobarde por não lhe puder revelar tantas coisas, mas era lhe tão difícil, abriu as portadas das janelas do seu quarto e procuro a lua e as estrelas, talvez elas o acalmassem e o levassem junto a ela...
Enquanto tentava procurar no céu a estrela mais pequenina de todas, pensou, amanhã vou ultrapassar as minhas próprias barreiras e mostrar-te o quanto te amo, por agora tenho só que arranjar força para ultrapassar esta noite longa...estás cá nunca saíste e eu vou provar-te...

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Coincidências ou talvez não..

Deixei a janela aberta, na esperança que pudesses aparecer, na última vez que nos vimos disseste que não voltarias mais, porque me fazias mal, porque não andava com a minha vida para a frente e porque continuava bastante presa a ti. Mas que direito tens tu de ser o único a decidir, como devo ou não levar a minha vida, deixei de ter voto na matéria, foi? Pensava nisto enquanto me voltava de barriga para cima para apreciar os reflexos que as luzes dos candeeiros faziam no tecto. Sabia que não virias mas mesmo assim debati-me para que o sono não desse conta de mim. Mas deu, depois de tanto tempo naquele abre e fecha incessante, os meus olhos fecharam-se e adormeci.
Quando percebeste que já não me iria debater mais esperaste que o sono desse totalmente conta de mim e entraste devagar, sem fazeres barulho, não querias que soubesse que me visitavas todas as noites, para me guardares o sono e me dares aquele beijinho que tão habituados estávamos. Fechaste a janela atrás de ti, para que não sentisse a brisa de verão que se fazia sentir. E ficaste sentado no sofá do quarto que compramos os dois, naquele dia de compras atarefado e vigiaste-me o sono. Aproximaste-te da beira da nossa cama, sim porque será sempre tua, e tocaste-me ao longe com os olhos, pediste-me mais uma vez desculpa por teres partido tão cedo e por não me conseguires fazer esquecer-te, toquei te na mão e pedi-te que ficasse comigo, porque te amaria mesmo assim e não me importava que fosse só desta maneira tão especial, tão só minha e tua. Olhas-te para mim como quem promete algo impossível porque não consegue dizer que não e iludi-me com a réstia de esperança que guardava carinhosamente em mim.
Foi então que acordei e percebi que te amo mais a cada dia que passa. Fiquei calada a olhar para ti com a ajuda da luz lá de fora, aconchegas-te me a ti e disseste que também me amavas..

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Tarde, Sol, Noite, Estrelas..

Disseste que precisavas de falar comigo, que era urgente e assim que acabasse as aulas me ias buscar. Estávamos chateados não me apetecia falar contigo, mas disseste que não podíamos continuar assim.
Reparei na tua pontualidade nada habitual, mas não te disse nada, entrei no carro perguntei se estava tudo bem contigo, tenho na ideia que não me respondeste, ligaste o carro e começaste a guiar. Não sabia para onde íamos, mas já era habitual não dizeres, deixei-te seguir e seres tu a quebrar o silêncio. Ligaste o rádio escolheste a faixa e deixaste-a tocar, ri-me com a tua escolha, Maria Albertina dos humanos, escolha diferente para aquele momento mas deixei-te continuar, olhaste para mim e sorriste. Continuei com as “trombas” que pus ao entrar no carro e fixei um ponto no infinito para não me rir com a tua cara. Estávamos a ir em direcção à praia o sol estava a descer aos poucos e tu guiavas como se tivesse tudo cronometrado. Percebi que fizeste o Cd de propósito para aquela altura porque todas as seguintes faixas eram lembranças de momentos todos eles significantes e especiais, a primeira música foi então para quebrar o gelo.
Começaste a descer a rampa para a praia, o mar estava calmo e o céu estava lindo, meio arroxeado. Procuraste um lugar para estacionar o carro, saíste, foste à mala buscar uma espécie de manta, pediste-me que saisse e que fosse contigo para ao pé do mar estendeste a manta, sentaste-te e permaneceste calado. Sentei-me a teu lado e ficamos os dois a desfrutar o pôr do sol enquanto tiravas fotografias com a digital. Puxaste-me para ti, como se soubesses que era isso que queria e aconchegaste-me nos teus braços. Ficamos ali em silêncio a apreciar o momento, vimos o sol a desaparecer e as primeiras estrelas a surgirem aqui e ali no céu. “Amas-me?” perguntaste-me sem rodeios. Não estava à espera dessa pergunta, assim como de todo este momento, mudei de posição de maneira a puder olhar-te nos olhos e fiquei calada, “amas-me?” voltas te a repetir, “tenho pensado nos momentos que passámos, nas coisas que já ultrapassamos juntos, e quero saber se ainda me amas”, baixei os olhos e disse sim timidamente. Levantaste-me o queixo para que torna-se a olhar para ti. “Amas-me??” e olhaste para mim como que para analisar a resposta que podia surgir a qualquer momento, “ainda me amas?”, sim respondi, ainda te amo, sim disse-o sem medo. Os teus olhos brilharam, os meus acho que também. A medo abraçaste-me, e como se do primeiro beijo se tratasse beijaste-me. “Também te amo, desculpa-me” disseste-me baixinho e ao ouvido, “não te quero perder, significas demasiado para te poder perder assim. Desculpa-me os ciúmes as parvoíces e o meu egoísmo”, pus-te os dedos suavemente à frente da boca, passei as mãos pelo teu cabelo, contornei-te o rosto, fechei-te os olhos e dei-te um beijo, deitaste-te de barriga para cima e fizeste com que me deita-se a teu lado e ficámos os dois a ver as estrelas a aparecerem no céu...

domingo, fevereiro 19, 2006

Gosto..

Gosto quando está a chover lá fora e nós estamos enroladinhos no cobertor a comer pipocas e a ver aquele filmezito romântico.
Gosto quando te vejo a dormir a meu lado,
gosto quando me abraças,
gosto quando te armas em cozinheiro,
gosto quando me telefonas a meio da noite,
gosto quando saímos a passear sem destino,
gosto quando passeamos à beira mar,
gosto quando ficas um “florzinho de estufa,”
gosto quando me fazes sentir que tudo isto é perfeito,
gosto quando fazemos guerra de almofadas,
gosto quando tens ciúmes,
gosto quando fazes birras,
gosto quando te perdes a olhar para mim,
gosto quando me contas as tuas histórias secantes,
gosto quando não consegues parar de rir,
gosto da tua voz...
Gosto de comer pão quente com manteiga,
gosto de sair à rua num dia de sol radioso,
gosto se sentir a areia molhada nos pés,
gosto do sorriso dos bébés,
gosto de chocolates,
gosto de doces.
E gosto de ti!!

sábado, fevereiro 18, 2006

Um toque de loucura ..

Esta roupa sufoca-me. A gola parece que se cola á garganta e vai apertando, apertando, as calças prendem-me os movimentos, e as meias vincam-me as canelas olha ,olha o anel que fazem em toda a volta.
Este quarto, este quarto, tornou-se pequeno, as paredes parece que se inclinam para dentro, como se quisessem ouvir o que digo, como se quisessem tocar-me também...
E o telefone não toca porquê ? estará sem rede? Se calhar sem bateria? Que raiva...
Este ar sufoca-me, está pesado, abafado talvez... consegues respirar? Falta-me o ar. Mas as janelas estão abertas, o ar não corre porquê?
E este cabelo sem jeito, a tesoura onde está?
Esta comichão insuportável que sinto nos braços, que me dá uma imensa vontade decoçar até fazer ferida.
E esta musica irritante que não para de tocar.
E a campainha que não toca? estará avariada? Que ódio.. porque é que ainda não chegaste ??
E este batom que não pinta? E este vazio anormal que sinto em mim.. e se te calasses que não te quero ouvir, irritas-me com esse silêncio constante...Eu não preciso de ajuda tu é que precisas que te ajude..
Nota: Depois de ler a segunda vez acho que exagerei... que atrofio!! =)

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Ele disse:

"

(...)

Amo-te tanto! E nunca te beijei..
E nesse beijo,Amor, que eu não te dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!


Florbela Espanca "

**Há palavras que nos iludem, há palavras que nos enganam, há palavras que nos omitem e juntas algumas deixam-nos pura e simplesmente sem palavras.. Talves por dizerem tanto e tão pouco ou por querermos que elas nos digam algo diferente, tornando-nos especiais..**

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

..não percebo..

Não percebo:
porque choras,
porque não lutas contra ti e contra aquilo que te esmaga,
porque te prendes a um passado,
porque não olhas para o que te rodeia,
porque te fascinas com impossível,
porque sorris, se te perdes de ti a pouco a pouco,
porque estás assim,
porque ainda tens aquele carinho nos olhos, que com o tempo julgava perdido,
porque não dás oportunidades a quem te quer estende a mão.. e mostrar um outro caminho..

Não percebo:
como é que um mundo paralelo te trás mais felicidade que o real,
como o tens tão presente em ti ,
como consegues sentir desta maneira,
como é possível estares tão agarrada a tanto e a nada,
como consegues estar presa sem estares..

Se não consegues perceber, nem ouvir os meus gritos abafados pelo silêncio. Então cala-te, porque estás a perder o teu tempo, o melhor é retomares o que estavas a fazer porque nunca me irás compreender, nem eu vou perder tempo a explicar te algo tão infinitamente grande, diferente e pequeno ao mesmo tempo..

Amo-te

“Amo-te”, acho que foi algo que nunca te disse com tanta intensidade como diria se o disse-se hoje. Por isso vou dize-lo: Amo-te, amo-te, amo-te..
Pego no telemóvel e na esperança que atendas, carrego no botão de chamada, os segundos que passam parecem minutos “atende!”, digo mais uma vez desesperado, por andares a ignorar as minhas chamadas uma atrás da outra. Atendes o telefone calada como fazias sempre á espera que eu fosse o primeiro a falar, fico sem reacção durante uns segundos e depois a palavra foge-me da boca sem eu a puder controlar, e lá vai ela antes de qualquer outra coisa “Amo-te”, ficas calada do outro lado da linha e eu ouço apenas o barulho de fundo que me garante que ainda não te foste embora.. Recuperas o folgo, não estavas preparada para ouvir aquilo.. há algum tempo que não o dizia talvez porque, aí não fizesse sentido dize-lo. Quando estamos na corda bamba é que nos damos conta do quanto as pessoas valem realmente, e eu acho que levei algum tempo a reconhecer. “Tenho saudades tuas”, recomeço “desculpa fui egoísta em pensar só em mim, mas também tens que compreender é difícil isto tudo”, continuas calada e receio que o desculpa, fui um grande otário não basta, mas as palavras fogem-me da boca, dizer que te amo e que não te quero perder é a única coisa que tem sentido em mim agora.. Mas quero lutar por ti e faço um esforço para que as palavras, surjam. A verdade é que tenho medo de me embrulhar em mim próprio e não diga o que realmente quero, recomeço devagar tentado fazer frases com algum nexo. “Receio.., receio que não tenha tido a melhor atitude para contigo, mas a verdade é que, erros, cometemos todos, e eu também tenho o direito a cometer os meus, tu não percebes eu gosto de ti, pelo que és, pelo que me fazes sentir e pelo que me revelas em determinados momentos. As também coisas não estavam bem há algum tempo, e a verdade é que poder ter algo que já não tinha a muito tempo fez-me agir sem olhar bem para o que estava a fazer, e depois a raiva que tinha do que me disseste dias e dias seguidos as tuas frase a surgirem como badaladas na minha cabeça, fizeram me agir por raiva e acontece-o beijo”, calei-me sabia que aquela não era justificação para nada, “desculpa”, o teu silêncio magoou-me mais que se tivesse dito frases sem nexo cheias de raiva, sei que errei e continuo a errar, mas as vezes é mais forte que eu.. sabes como gosto de atenção, penso sem te dizer. E após tanto silêncio resolves dizer, “se te sentes bem com o que fazes, por mim continua, mas não me peças que feche os olhos a uma coisa que sei que existe, e que és tu a faze-la , não te vou pedir que deixes de o fazer, porque ai estaria a interferir com a tua liberdade, por isso não me digas que ignore e que feche os olhos porque ai estás tu a interferir com a minha” sem te despedires desligaste o telefone como se tem vindo a tornar um habito. Estou sozinho no quarto e embora me seja tudo familiar, sinto me perdido..

Morte..

A Morte Morte,
estranho fenómeno
que nos dá termo
que nos separa dos que ficam

Morte
tu que me roubaste tantos,
tu que não olhas para nós,
tu que tiras sem piedade.
Tu que tens inveja
da luz quente
do riso das crianças
da esperança..
Tu que nos transformas,
No centro das atenções por uns dias
e numa pequena recordação passado uns tempos.
Tu que infinitamente cobarde és,
que só lutas com um de cada vez
Tu que te achas Dona, Senhora, Rainha..
Tu que solitária
Nunca consegues ser verdadeiramente amada,
tu que nos ensinas
a dar valor aos que perdemos
tu que não dás segunda hipótese
Afaste-te..

Que não te quero
em meu redor,
em meus pensamentos,
como companheira de cabeceira,
ou de vida.
Porque de inveja
me roubas quem amo

Tu oh morte
Vai para longe
que não te quero,
a ti,
que amiga te fazes nas horas de desalento
prometendo, iludindo
o consolo, o conforto
que não temos ..

Podes ir
Que nem agora desolada
te quero como amiga
Como refugio..

Não necessito de ser o epicentro
Em dois, três ou quatro dias
Porque prefiro
o riso ás lagrimas
a vida a ti
vai que não te quero mais..
Vai,
que te expulso,
que não és bem vinda
que não te vou dar tempo
para te apaixonares
por mim ou pelos meus,
vai te
que não te quero aqui, agora mais..

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Desfruta..

É dia dos namorados e eu vaguei sozinha pelo jardim, e por incrível que isso possa parecer não me senti mal por estar sozinha, por puder ter tempo para mim e para pensar, certamente que isto não passa de mais um dos mecanismos de defesa do Ego, que nos fala Freud, a dita racionalização e sendo ou não, não me importa minimamente. Enquanto não me sentir rodeada de gente e ao mesmo tempo de nada, estou bem. Se queres saber pensei nele.. é difícil não pensar quando as recordações são recentes e as memórias nos sufocam.. É como fugir de um monstro em direcção a um precipício, corrermos quilómetros em cima de uma passadeira rolante e percebermos que apesar do esforço não saímos do mesmo sitio..
Por isso hoje resolvi não ignorar o que sinto e deixei que as recordações estivessem a meu lado, senti-te presente e deixei-te estar.. de certo que te irás cansar por isso fica o tempo que quiseres e desfruta. Recuso-me a lutar contra o que sinto.. porque entraste e ficaste cá..

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

..quase perfeito..

Lembras-te? foi mais ou menos por esta hora que os nosso corpos se juntaram num só.. em que não havia mais ninguém, só eu e tu neste mundo tão habitado de gente.. O tempo passava, a tarde caia e era só eu mais tu...ali tão juntos e tão distantes um do outro.. Tu sentis-me eu sentia-te ..lembras te?? a tua respiração a minha, a minha voz a tua ..o teu toque imaginário o meu, o teu riso os nossos juntos...
A musica , fez se notar, lembro-me que olhaste para mim admirado por ter escolhido aquela, afinal tinha sido uma das primeiras que me mandaste quando nos conhecemos e na altura até disse mal dela...Percebeste a intenção e continuaste. Toque por toque, palavras por palavras, sorriso por sorriso.. o meu mundo ganhou cor o teu também e criamos o nosso.. tão perto e tão distante..

domingo, fevereiro 12, 2006

Chorar

"Sento-me neste chão. De olhos bem fechados, com o coração na palma das mãos. Choras sem que a minha presença te incomode, choras e o teu constrangimento é pequeno em comparação ao que te faz chorar. Já não passas a tua mão pelo rosto, já não limpas as lágrimas que te inundam os olhos fixos no chão. Olhos que já não vejo. Na tentativa de fugir, imploro para que não chores mais. Tremo em ver-te derramar tanta tristeza, e esqueço-me que é a única maneira de viveres sem ela. Impaciente com o teu desespero, suspiro. Sem tirar os olhos de ti, penso em como gostaria de mudar o tempo, fazê-lo roubar-me daqui." Encaras o chão mais uma vez como que procurando nele as forças que te faltam e rompes o silêncio, “desculpa” pedes numa voz sumida e aparentemente calma. Encaras-me agora com um sorriso terno cheio de lágrimas, que ao principio não percebo mas que rapidamente te fazes explicar, “se as coisas fossem todas fáceis..” começas por dizer, “não teriam piada.. não seria eu, e não existiria tanta magia nelas não achas?” continuas sem me deixares responder, “se fosse tudo diferente já teria acabado, talvez porque o que me prende é o impossível.. sei que tens lutado contra o nutres por mim, embora não o digas, também não precisas há pormenores que capto de palavras ditas quando a tua pouca se manteve sempre fechada.. não sei porquê nem como mas percebo”, limpas as lágrimas que te escorrem pelas bochechas e voltas a sorrir, parece que guardas cada segundo na tua memória, sem saber o que fazer mantenho-me em silêncio e penso mais uma vez de como gostaria de mudar o tempo, fazê-lo roubar-me daqui. “Sabes..” recomeças mais uma vez, com aquela voz terna que só a ouvia em momentos muito especais, “acho que todos nós sonhamos com principies e princesas, afinal queremos ser felizes e por vezes perdemo-nos nesses pensamentos, tanto que eles passam a fazer parte de uma realidade só nossa e daqueles a quem os partilhamos.. os principies e princesas deixam de ser fantasia e passam a ser reais.. podem tocar-se e ser felizes por momentos um mundo há parte .. paralelo ao real..”, sorris como se recordasses um momento e aos poucos percebo o que dizes, “e eu fui feliz posso dize-lo sem medo.. porque, quando me recordo ainda sinto essa mesma felicidade que me enchia, e penso que sinto isso, porque vivo para mim e não em função dos outros e do que estes pensam.” Estendes a tua mão em direcção a minha cara, sentes cada relevo, cada detalhe com a ponta dos dedos, passa-los primeiro pelos olhos, e depois pelos lábios e vais descende-os lentamente pelo pescoço pela, pelo peito, pela barriga, tocas-me sem dizeres nada como que recordando e ao mesmo tempo guardando cada detalhe de mim, (...) Sinto a tua respiração alterar-se, sentes a minha também e continuas na tentativa de não te esqueceres de cada detalhe, vais guardando cada parte mim, não faço perguntas e deixo-me ir, (...) Estavas ali, eu podia ver-te não disseste nada sorriste mais uma vez , e foste embora. Só agora percebo o que o teu silêncio queria destemperadamente dizer-me..
Nota: Isto foi um texto a dois um amigo começou e pediu que acaba-se e assim foi.. A primeira parte que esta marcada com as aspas foi ele que escreveu.. eu fiz o resto..

Cercada

Cercada de gente :
que chega e que me toca,
que me toca sem nunca me sentir,
que fica para nunca partir,
que esta só por eu existir.

Gente que me abraça a alma
e que dela nada sente
porque eu não estou ali,
naquele abraço que me aperta
mas que nem por isso me põe quente.

Gente que não me vê
Não me escuta
Não me sente
Gente para quem eu sou nada
se não um monte de massa
que anda, fala, com uma língua diferente
que não se faz querer ser escutada
sentida querida...

Cercada de gente
Cercada de nada Cercada de mimos..

..és livre..

Ela disse lhe baixinho
Aproxima te não muito que me queimas e afogas
Dá -me espaço
Não consigo respirar
Sai de ao pé de mim
Sai estou te a pedir
Foge, agarra –me, leva me contigo
Não fica protege-me ajuda me a respirar a crescer
A ser eu mais tu
A sermos nós
Porque viras as costas e procuras outra
A minha pessoa não te basta ?
Porque necessitas de tantos ao teu redor a companhia de uma não te chega?
Porque te encolhes quando faço perguntas?
Precisas de tempo para estudares a resposta?
Tens medo de que de mim? de ti?
Não te aproximas por teres medo é isso?
Explica-te ?? tens medo de que de mim? de ti? de nós?
Do que podemos ser ??
Se não queres porque lutas por isto ?
Porque insistes..?
Porque acreditas???
Como podes acreditar se recuas a cada coisa menos boa ..
Sabes que não podes estar em dois sítios ao mesmo tempo certo??
Sabes então que não podes manter duas coisas?
Então que luta constante é essa que tens contigo próprio que te põe perdido ..
A vida por norma põe nos sempre a optar por algo
E tu já fizeste a tua escolha
Por isso vai para longe e não voltes,
Sem a certeza que não me queres
Porque me queimas e me afogas
Porque não consigo respirar
Foge e não me leves se não sabes porque foges
Medricas .. não lutas com medo de perder..
Ou se lutas paras a meio ,
Porque já tens e tens medo de querer mais
Só sabes viver assim tendo os outros na mão
Mas perdeste!!
E sabes porque?
Porque sou exactamente igual a ti e por isso é que te compreendo..
És livre podes fugir e correr sem medo
Porque te fiz o trabalho como querias fiz a escolha
Vai... és livre !! Repara como já não me vês ai ..

Fica..

Ele disse:
Foge, corre
ela vem aí..
Ela? Ela quem ??
Ela, não vês
ela procura-nos
Tu proteges-me?
Mas proteger-te de que ??
Dela não a sentes a aproximar
Não sentes o vazio a encher-te o corpo
Vazio a encher-me o corpo?
mas de que falas tu?

Falo dela, olha como se ergue
Sentes a fúria,
Sentes a raiva.
Proteges-me?
Mas eu não sinto, eu não vejo!
De que falas tu?

Ela vai levar-me
Não me deixes ir com ela, não?!
Eu não deixo.. eu luto..
Mas luto contra o que?
Se não sinto,
Se não vejo..
De que falas tu?
De que tens tanto medo?
Tenho sono, está frio aqui,
Ela chegou ..
Sentes o vazio
Ela diz que é a hora de me despedir
Não me lembro de tantas coisas ..
Olha como ela se ergue sentes a luz tão branca e gélida a ferir- te os olhos
Ouves o que diz??
Ela diz que acabou..
Acabou ?!!
Não acabou nada..
Tu estás aqui és meu..

E não me vais deixar
Eu não te deixo partir .

Tenho sono, esta frio aqui.
Os meus olhos estão pesados
Vou fecha-los só um bocado
Depois quero dizer-te uma coisa...
Espera , não os feches mantém-te acordado
Mantém te aqui..
...
Acorda estás a ouvir-me?
Chega já não quero brincar mais
Olha para mim !
Gosto tanto da cor dos teus olhos
Já te disse que és importante.

...
Aparece quem quer que sejas
Luta comigo
Cobarde.. aparece
E tu luta também
com o quer que isto seja
Ajuda me...
Olha para mim,
Estás frio..
Acorda, Acorda
Olha para mim
Já te disse que te quero bem
Que te quero para mim..

...
Não me deixes aqui..
para onde fostes..
Não mo leves peço te mais um tempo..

...