— Assim vais te apaixonar. — Disse-lhe experiente ao senti-la abraçada a si.
— Não vou nada, deixa me ficar assim só mais um pouco.

(...)

Marioneta

Pediste-me que me subisse, e eu subi,
que eu falasse sem medos, e eu sem medos falei
que fosse tal e qual como querias, e eu fui
Deixei de ser eu, para ser tu,
melhor, deixei de ser eu, para ser o que tu querias que eu fosse.
E culpo te a ti, quando eu sou o único culpado,
por ter deixado que me cortassem as asas.
Por me ter encostado à facilidade de me pores o pão na boca todos os dias.
por achar que a fuga para a discussão seria o baixar da cabeça ,e dizer um sim como aprovação de todas as tuas palavras.
Hoje olhas-me nos olhos e não me conheces.
Acabo como uma pintura para ti sem:
nexo, cor, vida, magia...
Já não há surpresas, tens me por completo,
e riste-te porque sentes o espectáculo a acabar
e sabes que no final todos aplaudiram e pediram um pouco mais,
mas estás farta para continuar,
por isso ...
pensas largar a marioneta num canto no final do último acto, ficaria mal larga-la antes...
Pode ser que hoje ao contrário dos outros dias, lhe salte uma lágrima dos olhos antes do acto acabar…