Nunca mais serei fiel...
Nunca mais serei fiel a mim própria
nem tão pouco a qualquer um da tua espécie
Por ti eu tentei mudar
E acredita que tentei e consegui
Por ti eu disse que podia ser outra pessoa
Alguém melhor para mim e para os outros
Contigo percebi a beleza da simplicidade,
Aprendi a amar
Devagar é certo mas aprendi.

Hoje percebo como a dor da tua perda me sufoca,
Hoje percebo o quão pequena sou,
Como pude pensar que seria capaz
de prender um pássaro livre?
Sempre soube que a tua meta de voo
é para lá do horizonte
e mesmo sabendo que nunca a atingirás
sei continuas a lutar para a atingir
talvez tenha sido isso que me prendeu a ti
e peço desculpa
se te julguei preso a mim,

Pensei que irias partir mais tarde
Pensei até que quando o fizesses
deixasses um simples bilhete a dizer “phui”
Mas julguei-me sabedora de mais para pensar
que poderia errar em mas uma das minhas conclusões

Vi-te naquele dia parado à minha frente
a tentares chorar,
mas sem te conseguires enganar a ti próprio
tentaste chorar mas não conseguiste
Então limitaste te a olhar-me nos olhos e dizeres:
Amo-te sabias?
Amo-te mesmo !
Mas não o suficiente para ser só teu
Deixa-me voar conhecer novas fronteiras
Conhecer novas línguas
Descobrir novos horizontes
Deixa-me ter saudades tuas
Deixa-me suplicar por um sorriso teu
Deixa-me saber que és tu que eu quero
Dá-me tempo

Com as lágrimas presas
Por um fio te disse:
Dou-te todo o tempo do mundo
E para além do tempo dou-te a liberdade
Vai mas não voltes
Nunca mais serei fiel...
Nunca mais serei fiel a mim própria
nem tão pouco a qualquer um da tua espécie

p.s.: Um final triste, bruto e quem sabe precipitado. é difícil deixarmos uma pessoa que gostamos partir, é difícil vê-la noutros mundos e às vezes ainda é mais difícil admitirmos que continuamos de braços abertos até que volte...