sexta-feira, agosto 11, 2006

Sentei-me em frente a ti, e fiquei simplesmente a olhar-te, como tinhas crescido como tinhas mudado, procurei os traços de menina que ainda poderiam existir em ti mas percebi que estavam mortos e enterrados. Perguntei-me onde estaria a menina de mil e um mundos paralelos onde existem meninos e meninas à procura da vida, do sonho, do ponto máximo da desordem e da loucura.
Percebeste que te observava e sorriste para mim, já os teus olhos não conseguiram esconder-se de mim e choraram a tristeza que o teu sorriso escondeu. Aos poucos foste perdendo o controlo do teu corpo e tentaste esconder-te como um animal assustado, mas para onde quer que fosses eu via-te e agora podia controlar cada passo. Puseste a cabeça sobre as pernas tentado esconder a cara, mas mesmo assim eu podia sentir-te do outro lado, como pudeste crescer tão triste, tão desnorteada de ti. Como conseguiste perder aquele brilho que tão naturalmente irradiavas, os teus olhos só ganham brilho pelas lágrimas que deitam e que tu escondes de todos. Que amargura é essa que te prende? que pedra de gelo te tornaste. Porque não deixas os outros se chegarem a ti? Pergunto-me se ainda sabes como é gostar de alguém? Como é sentir aquele friozinho no estômago? Precisas dos outros só por fachada, para te esconderes de ti mesma, como me pudeste fechar durante tantos anos no teu sótão achas que vivias melhor sem consciência? Olha para o espelho não tenhas vergonha, consegues ver-me sou aquela que prenderdeste...


p.s: Porque tenho a noção que os meus textos são estranhos/confusos explico que a rapariga do texto se estava a ver-se ao espelho e quem a via do outro lado era ela mesmo.
Por de trás das nossas atitudes existem histórias que nem sempre gostamos de recordar...

6 comentários:

Anônimo disse...

ui! este post diz-me mesmo muito. consegui compreender perfeitamente o que descreveste. Quando nos escondemos e nos enganamos a nós mesmos...como se adiantasse alguma coisa. Enfim, há certas coisas que nos ultrapassam por mais que as tentemos controlar.
beijinhos*****

Anônimo disse...

Conheço alguém parecida contigo.

Nokkas disse...

Bruno nãos sei quem és mas obrigada por teres assado e comentado
=) *

Anônimo disse...

De nada. Tenho

booksandnoises disse...

«Por de trás das nossas atitudes existem histórias que nem sempre gostamos de recordar...»

Quando, subitamente, paramos no tempo, fazemos uma análise substancial ao que somos, ao que fazemos, ao que temos,..., e nos apercebemos que, tal como a rapariga do texto, perdemos tanto, que podíamos ter feito tudo de maneira diferente...percebemos que nem sempre tivémos os pés bem acentes no chão, pois é aí que o sentimos como que a deslizar por baixo dos nossos pés, e não o podemos impedir, porque o que está feito está feito.

Eu diria mais desse PS...eu diria que, por vezes, é devido à nossa história (constituída por cada pedacinho daquilo que somos, por cada momento por que passámos) que somos forçamos a tomar - ou a "destomar" - certas atitudes, que ainda que pareçam erradas, são forçosamente obrigatórias para cada um de nós.

P.S. - Se não fosse o teu "p.s." não me desenvencilhava com isto.. EheH! (Já to tinha dito =)

Beijo grande!! *

tatiana disse...

Não achei nada confuso. Gostei imenso de ler este post.

Pois é, o espelho, esse objecto que muitas vezes só nos mostra o que queremos ver, também sabe ser cruel. Às vezes mostra mais do que queremos conhecer de nós próprios e isso assusta-me. Por isso só gosto de olhar para ele de forma superficial, de forma a ver somente o que quero. Porque o espelho pode mostrar muito mais do que pensamos...

beijinhos =)