sábado, março 04, 2006

Não?? Porquê?

O despertador tocou e coincidência ou não era a nossa musica que tocava no rádio, naquela estação que tu punhas sempre mal entravas no carro e que de tanto o fazeres me fizeste passar a gostar. Lembraste da nossa música ?
Ontem resolvi mandar-te um e-mail será que já o leste? Ter-te-á tocado? E as fotografias que escolhi minuciosamente para anexar ao e-mail, será que te fizeram recordar e ter saudades daqueles tempos? A nossa história não podia acabar assim. Sei que gostas e mim e que não me esqueceste, mas então porque teimas em afasta-me, em rejeitares os meus telefonemas, prometeste que irias sempre atender as minhas chamadas então porque as rejeitas agora? Que se passa contigo? Porque não me contas?
Como pudeste dizer-me “isto nunca vai resultar o melhor pararmos por aqui, não sou quem estás há espera, não te vou fazer feliz, desculpa.” E ires-te embora assim sem me dares mais nenhuma explicação, como podes deixar de lutar não há nenhuma “luta”. Que medo é esse que te impede de evoluirmos com isto que temos e que é tão só nosso?
Já é quase uma da manhã e não me disseste nada como podes ser tão egoísta? Como podes pensar só em ti? Como podes querer que isto termine assim? Tens medo de que? Que insegurança é essa que te impede de estares a meu lado e de levarmos isto em frente?
Vou à janela, está a chover a potes, as pingas de água são tão grossas que fazem um barulhão ao bater nas janelas, o vento sopra com bastante intensidade parece furioso, ouço o ribombar dos trovões o céu parce estar em guerra. A campainha toca e aquele frio esperançoso assalta-me o peito e alastra-se, dirigi-me para a porta, eras tu. Estás encharcada, o cabelo está todo molhado as calaças pareciam ter saído da máquina antes da centrifugação, vieste a pé desde a paragem de autocarro até aqui, ainda por cima a estas horas, deves estar gelada penso, puxo-te para dentro e abraço-te, ficas quieta aconchegada nos meus braços á espera de aqueceres um pouco. Aproximas a tua boca da minha orelha e sussurras um "desculpa" sumido ao meu ouvido. Faço-te sinal para que te cales, mas não o fazes continuas a sussurrar-me “gosto muito de ti, gosto muito mesmo e quero estar contigo.” Não sei o que dizer estarei a sonhar, como já o fiz algumas vezes? Não, estás aqui e fazes questão de me mostrares ao tocares com os teus lábios gelados nos meus e agora não eras só tu que estavas encharcada era eu também. Completamos o primeiro beijo com muitos outros e ao mesmo tempo vou te puxando suavemente para a casa de banho, sorris e deixas-te ir. Meio atrapalhadamente ligo a torneira de água quente, sorris novamente sorrimos os dois, percebo que é isto quero poder sorrir contigo mais vezes, neste e em mais momentos.
Pões-me as tuas mão geladas por dentro do polo e vais subindo arrepio-me, olhas para mim e despes-me o polo e juntamente a t-shirt, sinto os teus lábios no meu pescoço o meu coração acelera-se, quero saber como está o teu também, tiro-te o casaco e depois a blusa sentes os meus lábios no teu pescoço depois nos ombros, quero sentir o bater do teu coração na palma da minha mão, percebo que não sou o único que o mantenho acelerado. Água já está quente agora , vejo-a cair em cima da tua cabeça e a escorrer pelo teu corpo, chamas-me para junto de ti e abraças-me. A água desliza nos nosso corpos, tinha saudades de estar contigo e de te puder sentir. Ficamos mais um bocado ali abraçados depois de tudo, a sentir a água quente a passar nos pelo corpo. Pela primeira vez sinto a vantagem do polibã.
Vestes o pijama, como viste ele continuo-o na tua gaveta juntamente com algumas das tuas coisas á tua espera.
Está a dar um filme ficamos a ver deitados na cama, aproximas-te e aninhas-te a mim, fico a ver-te lutar contra o sono durante algum tempo ,mas adormeces, o filme acaba passado um tempo e fico a ver os contornos do rosto com a ajuda da luz da televisão. Desligo-a aconchego-te a mim,penso como é bom ter-te de volta, tinha saudades do teu cheironho, do teu respirar tranquilo e da mania que tens em ter duas almofadas para dormir. Gosto de me sentir assim cheio, preso e completamente livre. Já te disse que isto é perfeito, não?? Porquê?

3 comentários:

N disse...

olha gostei tanto que nem dá para explicar.

E agr quem pergunta sou eu: és uma espia na minha vida??
Não?? Como??
é que parece que adivinhas acontecimentos que já vivi de alguma maneira e os descreves como sinto. (neste caso eu era ela :p) gostei mesmo muito!

booksandnoises disse...

Uma escrita simples, histórias igualmente simples. A simplicidade é algo que aprecio, e muito. Gostei de ler.

E peço-te que não pares.

P.S. - «Gosto de me sentir assim cheio, preso e completamente livre. Já te disse que isto é perfeito, não?? Porquê?»

Cynath disse...

Muito bom mesmo...
Este texto e um céu completamente ensolarado já me fizeram o dia, e ainda mal começou! ;)
A vida promete...