“She keeps on asking, ‘Do you think it hurts much to die?’.
It’s hurting so much more to stay alive now…”
Existem momentos durante os quais queremos acreditar apenas naquilo que mais gostamos; umas vezes, pensar que aquilo que queremos é nosso, sabe bem e ajuda, ainda que o pensamento esteja incorrecto. Chama-se a isto sonhar.
Noutros momentos, quando o Sol renasce e as estrelas se vão, acordamos com o barulho irritante do despertador a avisar que são horas, ainda um pouco ensonados, e insistimos em colocar na cabeça a ideia de que ainda é cedo. Cedo para despertar, para abrir os olhos, para percebermos. Porque, no fundo, aquilo que não queremos é sair da cama.
Sabes, quando o meu despertador, por vezes, se lembra de tocar, o meu subconsciente ordena-me que o desligue de imediato. E caso não o consiga desligar, o lixo recebe-lo-à com agrado.
O problema, nisto tudo, é que o dito cujo já foi demasiadas vezes para o lixo, e já tive que investir nuns quantos despertadores novos.
Sonhar a partilha das tuas ideias com outra pessoa, sonhar o acumular de momentos importantes, sonhar as confissões mais íntimas, sonhar os risos, sonhar as lágrimas; num sonho, é onde me tenho encontrado durante este ultimo ano, um sonho que é real mas ao mesmo tempo abstracto.
Preferia ter de estudar as linhas do teu corpo e a textura de toda a tua boca. Preferia ter como missão despertar todos os teus sentidos. Ao mesmo tempo. Preferia familiarizar-me com os teus ossos. Descobrir ciências, como a de te despir. Mergulhar na tua transparência, deixar-te mergulhar na minha. Enrolar-me contigo entre as ondas dos lençóis. Contar-te da musicalidade que há entre os nossos corpos. Falar-te em silêncio. Ficar em ti. Entrelaçar os meus dedos nos teus. Sentir a palma da tua mão quente no meu ombro. Os gestos como uma dança. Dessa musicalidade que tento compreender. “Os corações são apenas maestros”.
Enquanto que tu continuas a pensar que estou bem como estou, que me contento com o que tenho e recebo, que não me esforço minimamente, que não tens importância, e que te esqueço num abrir e fechar de olhos. Quando tudo aquilo que deverias perceber é tão simples como uma regra. Uma regra que me ensinaste e que não a esqueço mais. A regra dos contrários, lembras-te?
Quando arde e quando queima, não é para cuidar. Não é para dar calor, não é para tocar. É esperar arrefecer e deixar passar. Querer esconder, é ser como gelo. É ser como ar.
“…She’s gonna find out how much it hurts to die.”
R.
Nota: Porque há coisas realmente únicas e poucos são aqueles que as experimentam ... hoje apetece me mandar um beijinho para tdos..